Diante desse escancaramento de discursos e dessa simplificação de questões complexas que acontece todo dia na arena virtual, me parece que a arte tem o papel de ainda nos oferecer complexidade, multiplicidade, “treinamento empático”, e talvez até um pouco de incoerência. Se não acabar caindo, claro, na mesma armadilha. Em um passado recente, pareceria ridículo o artista preocupar-se com o fato de sua “mensagem” estar escancarada demais. Hoje, a “mensagem” muitas vezes é a premissa criativa e o argumento vendedor da obra, como parece ser o caso do recente filme de Laís Bodansky, Como nossos pais. Um ótimo filme, aliás, mas cujos piores momentos acontecem quando os diálogos escancaram a preocupação da obra em discutir “a vida da mulher contemporânea”.
16.9.17
Arte e assepsia
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